Tinha dezesseis anos quando aprendi a fingir pela primeira vez, e o álcool foi meu professor. Era 2002, meu último ano do ensino médio, e eu era a mais jovem do meu grupo de amigos—mais um fardo do que um motivo de orgulho. Entrei cedo no jardim de infância, pulei parte da primeira série e passei minha adolescência tentando acompanhar amigos e colegas sempre um ou dois anos mais velhos.

Aquela noite não foi diferente. Eu estava na casa de praia de uma amiga em Conroe, Texas, para uma festa do pijama. Não havia contado tudo aos meus pais—que era mista, que os pais dela não estavam em casa e que haveria bebida. Dei meu primeiro gole cercada de risadas e do tipo de confiança imprudente que se encontra entre adolescentes privilegiados e protegidos dos subúrbios do Texas—jovens que não entendiam realmente os riscos ou onde aquele primeiro gole poderia levar.

Meu primeiro pensamento foi: Não gosto disso. Era amargo. Ardia minha língua e queimava minha garganta. Eu fiz uma careta. Mas quando olhei ao redor, todos estavam sorrindo, rostos radiantes, fingindo serem suas versões mais felizes—ou já agindo como bêbados após apenas um gole. Ninguém mencionou o sabor, e eu não ousei dizer nada. Então sorri também, copiando a alegria deles, e engoli. Não gosto de coisas amargas, mas segui o fluxo. Fingi. Minha primeira ressaca me deixou destruída por dias—cabeça latejante, estômago embrulhado.

Na semana seguinte, na aula de Inglês Avançado, começamos a ler tragédias gregas. Me vi atraída por As Rãs, de Aristófanes. Enquanto Dionísio viajava para o submundo, me senti parte do coro—pairando em segundo plano, hesitante, relutante em dizer a verdade.

Não bebi novamente até meus vinte e poucos anos, quando começou a trazer benefícios sociais reais, muitas vezes positivos. Havia brunches, happy hours, jantares de trabalho, celebrações. Uma taça aqui, uma garrafa ali, um shot de vez em quando. O livro Neurogastronomia de G.M. Shepherd, de 2012, explica como o cérebro processa o sabor e como a exposição repetida pode nos fazer gostar de algo que antes desgostávamos, especialmente sob influência social e cultural.

Meus amigos brincavam que eu “babá” meus coquetéis—dando pequenos goles em drinks frutados ou cremosos durante nossos encontros pela cidade. A verdade é que, naquela época e agora, nunca gostei do sabor do álcool. Como alguém nascida na Libéria e criada no Texas, meus gostos tendem para o hiperfeminino: gosto de coisas bonitas, simétricas, suaves e doces. Ainda assim, todos meus relacionamentos sérios na casa dos vinte, incluindo com o homem com quem me casaria, foram com pessoas que adoravam falar sobre scotch envelhecido e fazendas de tequila de luxo em lugares como Sag Harbor e Milão. Naquela época, o que você bebia dizia algo sobre o quanto você viajava bem, onde morava e, às vezes, quanto tempo uma conversa poderia durar.

Então entrei no jogo. Aprendi a apreciar Opus One. Aprendi quais safras e blends eu preferia. Muitas vezes me pergunto quantos outros naquelas salas eram como eu—suportando a amargura por um gosto de liberdade do constrangimento e da ansiedade. Por paz de espírito. Pelo poder de esquecer.

Em 2024, eu tinha tido três filhos em três anos: uma menina no início de 2021, um menino em 2022 e outro menino exatamente um ano depois—uma gravidez surpresa que descobri com quinze semanas. Depois de passar meus vinte anos viajando, escrevendo e absorvendo tudo que o Brooklyn tinha a oferecer, familiares mais velhos—tradicionalistas liberianos, baby boomers em longos casamentos—disseram que era hora de me estabelecer. Então o fiz. Tive os filhos. E conforme comecei a ficar para trás em minha carreira literária (estava quase quatro anos atrasada no prazo... Com o prazo do meu segundo romance adiado pela chegada do meu terceiro bebê, me senti culpada por não sentir pura alegria—especialmente porque minha primeira gravidez, em 2019, terminara em perda. Então, sempre que as pessoas perguntavam sobre as crianças, meu marido, nosso duplex no Upper West Side, ou a vida que trabalhei tanto para construir, eu dava um gole de vinho e dizia que tudo era maravilhoso. Sorria, mesmo ao admitir noites sem dormir e exaustão mental. Sim, havia alegria—mas estava emaranhada com outros sentimentos sobre os quais ninguém me alertara. Eu estava ansiosa. Com medo. Sentia falta da pessoa que costumava ser.

A maternidade, como beber socialmente, veio com suas próprias regras não ditas. Era como atravessar as partes difíceis para alcançar um futuro dourado—filhos bem-sucedidos, educados e casados, contribuindo para o mundo, esperançosos e gratos, talvez até me dando netos um dia. Esperava-se que eu sorrisse através do cansaço, que escondesse minha ansiedade enquanto meu corpo e mente ainda se curavam.

Felizmente, tudo chegou a um ponto de ruptura.

Meu marido alugou uma casa de veraneio em Southampton para nossa família, e tínhamos amigos ficando conosco no fim de semana. Na primeira noite, o jantar começou com conversas descontraídas, mas logo ficou tenso. Estranhos usaram taças de vinho caro para alimentar discussões políticas e mascarar seu desconforto. Bebi mais do que nunca. Na manhã seguinte, uma nova amiga me puxou de lado para um passeio.

Ela me contou que eu dissera coisas sobre membros da minha família—coisas que não conseguia imaginar pensar, muito menos dizer—e queria saber se eu estava bem. Ela não ouvira pessoalmente; outro convidado, alguém que mal conhecia, contou a ela. Não tinha defesa, nem memória, nem controle. Me senti completamente impotente. O que acontecera? Foi o álcool? Hormônios pós-parto? Ou apenas o peso de tudo? Eu entrei em espiral. Dá para imaginar? Mais tarde naquele dia, chorei enquanto brincava com as crianças no andar de cima. Tudo isso, e eu nem gostava do sabor do álcool. Não bebi desde então.

Um ano de sobriedade me deu clareza sobre todas as pequenas formas como eu fingia, e onde tudo começou. Primeiro, fui honesta sobre minha escrita. Ninguém iria me salvar. Se quisesse terminar meu romance, precisava me esforçar—não focando no livro pronto, mas começando com a primeira palavra. Se quisesse me sentir como eu novamente, precisava de terapia e orientação para entender este novo papel—mãe—que parecia ofuscar tudo mais. Se quisesse me sentir segura, precisava ser mais cuidadosa com quem deixava entrar na minha vida, mas também precisava olhar honestamente para mim mesma. Como eu silenciei minha própria voz ao longo dos anos? Quantas vezes ri quando queria chorar ou gritar? Aquelas primeiras lições de conter-se—para se encaixar, evitar conflitos, manter as coisas tranquilas—tiveram efeitos duradouros.

Até recentemente, raramente ouvíamos sobre como a gravidez pode ser difícil, quanto tempo a recuperação leva, ou o profundo ajuste emocional que a maternidade exige. Há tanta alegria, mas alguns dias são incrivelmente—e às vezes irracionalmente—difíceis.

Quero ensinar meus filhos que nenhuma aprovação dos outros—nem dos ambientes que frequentam, das mesas onde se sentam, dos círculos em que circulam, dos empregos que têm, dos casamentos que constroem ou das amizades que formam—será mais poderosa do que aprender a se afirmar, verdadeira e completamente. Quero que saibam que felicidade e tristeza podem coexistir, que ambas são válidas e conectadas. Fingir me ensinou a sobreviver, mas também me mostrou o que não quero mais carregar. Quero que meus filhos vejam que a beleza da vida está em momentos crus, não filtrados—vivendo plenamente, sem medo de verdades desconfortáveis. Vivendo plenamente, e tornando-a doce.

Perguntas Frequentes
Claro. Aqui está uma lista de Perguntas Frequentes sobre como a maternidade transforma a autoimagem e o relacionamento com o álcool, com respostas claras e concisas.



Perguntas Gerais e Iniciais



1 Como ser mãe muda a forma como você se vê?

Tornar-se mãe frequentemente desloca sua identidade de indivíduo para cuidadora. Suas prioridades, valores e como você gasta seu tempo mudam fundamentalmente, o que pode levar a uma redescoberta de quem você é.



2 Por que a maternidade frequentemente faz as pessoas reavaliarem seu consumo de álcool?

A responsabilidade de cuidar de uma criança exige que você esteja alerta e presente 24 horas por dia, 7 dias por semana. Muitas mães percebem que beber entra em conflito com essa necessidade, fazendo-as questionar seu papel em suas vidas.



3 É comum beber menos após ter um bebê?

Sim, é muito comum. As demandas da parentalidade, como mamadas noturnas e madrugadas, naturalmente tornam o álcool menos atraente ou prático para muitas.



4 O que significa a "Cultura do Vinho das Mães"?

É uma tendência popular que normaliza e até brinca sobre mães precisarem de vinho para lidar com o estresse da parentalidade. Frequentemente apresenta o álcool como uma recompensa ou alívio necessário.



Perguntas Profundas e Avançadas



5 A maternidade pode levar a uma dependência não saudável do álcool?

Infelizmente, sim. A imensa pressão e isolamento da nova maternidade, combinados com a mensagem da "mãe do vinho", podem às vezes levar a usar o álcool como mecanismo primário de enfrentamento, o que pode ser arriscado.



6 Como mudar meus hábitos de consumo de álcool pode melhorar minha experiência da maternidade?

Beber menos pode levar a mais paciência, melhor sono, mais energia e estar totalmente presente mental e emocionalmente para seus filhos. Permite que você viva os momentos crus e não filtrados da parentalidade.



7 Sinto-me culpada por não aproveitar cada momento. Beber ajudará?

Pode proporcionar uma fuga temporária, mas não aborda os sentimentos profundos. O verdadeiro enfrentamento geralmente vem de encontrar apoio, gerenciar expectativas e praticar autocuidado sem álcool.



8 Quais são alguns sinais de que meu consumo de álcool pode ser um problema?

Sinais incluem planejar seu dia em torno da bebida, precisar de álcool para relaxar ou se divertir, sentir-se culpada sobre quanto bebe ou ser incapaz de parar após uma taça.



Dicas Práticas e Apoio



9 Quais são algumas formas sem álcool para relaxar após um longo dia com as crianças?

Ótimas alternativas incluem uma xícara de chá de ervas, uma caminhada ao ar livre, alguns minutos