A moda está a entrar em destaque no Museu Metropolitano de Arte. A exposição de primavera de 2026 do Instituto do Vestuário, "Arte do Vestuário", anunciada hoje, inaugurará as galerias Condé M. Nast de quase 12.000 pés quadrados, localizadas ao lado do Grande Salão do Met. "É um momento enorme para o Instituto do Vestuário", diz o curador principal Andrew Bolton. "Isto transformará o nosso departamento e, acredito, a moda como um todo — ter um grande museu de arte como o Met a colocar a moda num local central."

Para celebrar este marco, Bolton concebeu uma exposição que destaca a importância do corpo vestido em toda a vasta coleção do museu. Esta irá emparelhar pinturas, esculturas e outras obras de arte abrangendo 5.000 anos com peças de vestuário históricas e contemporâneas do Instituto do Vestuário.

"O que liga todos os departamentos curatoriais e todas as galerias do museu é a moda, ou o corpo vestido", explica Bolton. "É o fio condutor de todo o museu, que foi a inspiração inicial para a exposição. Por vezes fomos vistos como secundários, mas na realidade, o corpo vestido é central em cada galeria que se visita. Até o nu nunca está verdadeiramente nu — reflete sempre valores e ideias culturais."

Apesar do sucesso de exposições anteriores do Instituto do Vestuário, como "Heavenly Bodies: Fashion and the Catholic Imagination", que atraiu 1,66 milhões de visitantes e se tornou a exposição mais visitada do Met, a divisão entre arte e moda persiste. Bolton acredita que isto se deve ao facto de a roupa estar tão intimamente ligada ao corpo. "A aceitação da moda como forma de arte aconteceu nos termos da arte", observa. "Baseia-se em ignorar ou rejeitar o corpo, e na ideia de que a estética envolve uma contemplação distante e desinteressada."

Tradicionalmente, as exposições do Instituto do Vestuário focavam-se no apelo visual da roupa, com os manequins escondidos por baixo das peças. Para "Arte do Vestuário", Bolton pretende enfatizar o papel do corpo e a ligação inseparável entre os nossos corpos e o que vestimos. Ele argumenta que a moda tem, na verdade, uma vantagem sobre a arte porque se relaciona com a experiência física vivida.

A exposição está organizada em torno de uma série de temas corporais, vagamente agrupados em três categorias: corpos comumente vistos na arte, como o corpo clássico e o nu; corpos frequentemente negligenciados, como corpos envelhecidos ou grávidos; e corpos universais, como o corpo anatómico. A abordagem de Bolton é mais ampla do que o foco típico da indústria da moda em modelos magros e tamanhos limitados. "O objetivo era trazer o corpo de volta às discussões sobre arte e moda, para o abraçar em vez de o remover como uma forma de elevar a moda a arte", diz ele.

Concebida por Miriam Peterson e Nathan Rich do Peterson Rich Office no Brooklyn, a exposição coloca a moda em primeiro plano. Na sala com teto alto das Galerias Condé M. Nast (há também um espaço com teto baixo), a roupa será exibida em manequins no topo de pedestais de 6 pés, com obras de arte integradas nas bases. "Quando se entra, o olhar dirige-se para cima e vê-se imediatamente as modas", comenta Bolton.

Aumentando o impacto, a artista Samar Hejazi criou cabeças espelhadas para os manequins. "Sempre quis preencher o fosso entre o espectador e o manequim", diz Bolton. "Com um manequim cujo rosto é um espelho, estamos a olhar para nós mesmos." A exposição convida-o a considerar as histórias pessoais das figuras em exibição, ao mesmo tempo que as liga à sua própria vida, promovendo empatia e compaixão. Para realçar isto, o museu utilizará moldes de pessoas reais para modelar a roupa. À medida que os visitantes percorrem a exposição, esta visa questionar os padrões tradicionais e apresentar uma gama mais ampla de ideais de beleza.

A exposição inclui obras como "O Corpo Mortal: Álbum de esboços de Kyōsai" do artista japonês Kawanabe Kyōsai de 1881, e um conjunto de Riccardo Tisci para a coleção de alta-costura outono/inverno 2010–11 da Givenchy.

Intitulada simplesmente "Arte do Vestuário", esta é a primeira exposição de Bolton sem um subtítulo. O nome direto reforça a ideia de que a moda merece ser considerada arte. Bolton explica que ponderou extensamente sobre esta decisão, referindo que até há duas semanas, a exposição tinha de facto um subtítulo. Removê-lo, diz, foi libertador, como tirar um espartilho, e acredita que o título ousado e forte declara claramente a sua intenção. O objetivo não é estabelecer uma nova hierarquia, mas eliminar as existentes e enfatizar o valor igual de ambas as obras de arte e formas humanas.

Apoiada por Jeff e Lauren Bezos, com financiamento adicional da Saint Laurent e da Condé Nast, "Arte do Vestuário" estará aberta de 10 de maio de 2026 a 10 de janeiro de 2027. Segue-se ao Met Gala de 4 de maio de 2026, que é o principal evento de angariação de fundos para as operações do Instituto do Vestuário.



Perguntas Frequentes

Claro. Aqui está uma lista de Perguntas Frequentes úteis e claras sobre o Instituto do Vestuário do Met e a sua nova exposição.



Informações Gerais



P: O que é o Instituto do Vestuário do Met?

R: É um departamento mundialmente famoso dentro do Museu Metropolitano de Arte, dedicado à coleção, preservação, estudo e exposição de moda e vestuário.



P: Qual é a grande novidade sobre o Instituto do Vestuário?

R: Inaugurou novas galerias permanentes, o que significa que agora terá um espaço dedicado para exibir moda durante todo o ano. A primeira exposição neste novo espaço chama-se "Arte do Vestuário".



P: Onde estão localizadas estas novas galerias?

R: Estão localizadas na Ala Robert Lehman do Met, no primeiro andar do museu.



Sobre a Exposição "Arte do Vestuário"



P: Sobre o que é a exposição "Arte do Vestuário"?

R: A exposição explora a ideia da moda como uma forma de arte. Mostra como os estilistas usam criatividade, artesanato e materiais da mesma forma que os artistas tradicionais.



P: Que tipo de roupa estará em exposição?

R: Pode esperar ver uma variedade de peças historicamente significativas e artisticamente inovadoras, desde vestidos de corte do século XVIII a designs de vanguarda dos séculos XX e XXI.



P: Isto substitui o famoso Met Gala e a sua exposição anual?

R: Não, de forma alguma. O famoso Centro de Vestuário Anna Wintour, que acolhe a exposição anual de grande sucesso, continuará a funcionar como antes. Este novo espaço fornece uma casa permanente adicional para exposições de moda.



Planear a Sua Visita



P: Preciso de um bilhete separado para ver a exposição "Arte do Vestuário"?

R: Não, a entrada para "Arte do Vestuário" está incluída no seu bilhete de entrada geral para o Met.



P: Quanto tempo estará a exposição "Arte do Vestuário" em exibição?

R: Sendo a exposição inaugural para as galerias permanentes, estará em exibição por um período prolongado, mas os itens específicos podem rodar. É melhor verificar o site do Met para obter a informação mais atualizada sobre a exibição.



P: Existem diretrizes especiais para visualizar os trajes?

R: Sim, para proteger os tecidos delicados, os níveis de luz na galeria serão mais baixos do que noutras partes do museu. Flash