Aqui está uma tradução natural e fluente do seu texto para o português, mantendo o significado original:
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Primeiro, vou admitir: fãs do Oasis meio que me assustam. Pronto, falei.
Eu — junto com Dua Lipa, Alexa Chung, Tom Cruise e mais 90.000 pessoas — estava a caminho do Estádio de Wembley para a tão esperada reunião da minha banda favorita. Eu tinha marcado essa data no meu calendário desde 31 de agosto de 2024, quando eu e meus amigos obcecados por Oasis passamos uma noite em claro atualizando freneticamente as páginas de ingressos ("Estou em 11.361º na fila!") só para falhar miseravelmente. No dia seguinte, um misterioso amigo britânico me surpreendeu com ingressos de presente.
Já vi quase todas as turnês do Oasis nos EUA, às vezes viajando para várias cidades. Em três décadas, entrevistei Noel duas vezes e Liam três. Estou tão próximo da banda que até mandei uma mensagem para Debbie, namorada e empresária do Liam (que já conheci), em agosto, quando a turnê de reunião foi anunciada, perguntando sobre uma entrevista com Liam. (Sem sorte — nem Liam nem Noel estão dando muitas entrevistas sobre o retorno.) Quando meus filhos eram pequenos, eu sussurrava "live forever" nos ouvidos deles antes de dormir. Porra, uma amiga minha teve um filho com Liam, processou ele por pensão após um teste de paternidade, e mesmo assim eu vi mais o Liam do que ela desde então. Minha dedicação a essa banda é inquestionável.
Mas esses fãs... Especificamente, os ingleses.
Aqui está a história: Embora eu nunca tivesse visto o Oasis fora dos EUA, tecnicamente estive no último show deles em Wembley, em 12 de julho de 2009. Eu morava em Nova York, mas aceitei uma tarefa duvidosa cobrindo o lançamento do novo Jaguar XJ na Saatchi Gallery em Londres — sabendo que o Oasis tocaria em Wembley naquela noite. Depois de voar para lá e aparecer brevemente no evento, saí mais cedo, peguei um táxi e corri para Wembley, onde o time da banda deixou um ingresso para mim na bilheteria. Sabia que perderia a maior parte do show, mas não me importava — só ver eles tocarem algumas músicas em casa já parecia o Santo Graal.
Quando cheguei em Wembley, a área estava estranhamente vazia — todo mundo já estava dentro. Corri do táxi até a bilheteria, sem fôlego, só para encontrá-la fechada. Ligadas desesperadas para o time do Oasis dentro do estádio (que mal conseguia me ouvir) não adiantaram, então passei o resto da noite do lado de fora, ouvindo ecos abafados do show. Em certo momento, tentei entrar escondido atrás de fãs bêbados que saíam mais cedo, mas depois de ser barrado pelo mesmo segurança três vezes, desisti. Em vez disso, sentei num banco de concreto, xingando minha sorte, me sentindo como um homem de 43 anos prestes a chorar por perder sua banda favorita.
Aquela noite também plantou a semente do meu medo dos fãs ingleses do Oasis. Preso na minha tristeza, tive que pegar o metrô de volta para o hotel cercado por eles — apertado como uma sardinha sóbria numa caixa de metal balançando cheia de fãs barulhentos, encharcados de cerveja, cantando, brigando e se agarrando. Para ser honesto, minha frustração não era por querer fugir deles — era por querer *ser* um deles.
Enquanto meus amigos e a maioria dos meus colegas da *Rolling Stone* ainda estavam obcecados com o que parecia ser o último suspiro do grunge, aquela música nunca falou comigo. Até que meu melhor amigo, que trabalhava no mesmo corredor, jogou uma fita cassete na minha mesa com as palavras: "Bem-vindo à sua nova banda favorita." Era uma cópia antecipada de *Definitely Maybe*, o álbum de estreia do Oasis, e ele mudou minha vida de formas que ainda me custa descrever.
Enquanto o grunge parecia raivoso, sombrio e resignado — perpetuando a mentalidade de "nós contra eles" do rock indie dos anos 80 e 90 — o Oasis era alegre, unificador e aberto a todos, mesmo cantando sobre alienação, fuga e sonhos de glória. ("Rock 'n' Roll Star" soa diferente quando cantada por uma das maiores bandas do mundo, mas seu brilho está no fato de ter sido escrita por um moleque sem contrato, tocada primeiro para plateias minúsculas em bares perto de estações de trem.) Suas músicas pareciam universais — Noel escrevia sobre suas próprias ruas, pessoas e sonhos, mas, de alguma forma, todo mundo se via nelas.
Ser um fã americano do Oasis significava sempre se sentir um estranho. Seus shows nos EUA eram épicos à sua maneira, mas eu ansiava pela energia que via nos vídeos — como os shows barulhentos no Maine Road, onde milhares de fãs pulavam em uníssono, ou os lendários shows de Knebworth em 1996, onde 2,5 milhões de pessoas (mais de 4% da população do Reino Unido) tentaram conseguir ingressos. Então, quando um amigo admitiu depois que ficou na fila no Ticketmaster — não para ele, mas para me conseguir ingressos para Wembley — pareceu um milagre.
Meus ingressos eram para a primeira data deles em Wembley. Dessa vez, não estava preocupado em perder o último metrô (somos mais velhos, sábios e calmos agora, certo?). Em vez disso, me perguntei: será que eu realmente *ouviria* o Oasis, ou apenas fãs bêbados arruinando as músicas por duas horas?
Um dia antes do show, deixei minhas preocupações de lado, aluguei uma bicicleta e passei o dia vagando por Primrose Hill e Camden — o coração do Britpop. Como um obcecado de longa data pelo Oasis (embora de Nova York), eu conhecia todos os marcos: os antigos escritórios da Creation Records na Regent’s Park Road (espero que já tenham sido limpos espiritualmente), o pub Pembroke Castle onde Liam foi preso — supostamente usando chapéus ridículos. (Parei lá para tomar um Red Bull sem açúcar, encontrei o lugar vazio, depois prestei homenagem no banheiro masculino, imaginando as noites loucas que já aconteceram ali.)
Subindo a rua, encontrei James Brown, o infame fundador da revista *Loaded* (e ex-editor da *NME* que ajudou a alimentar a rivalidade Oasis vs. Blur). Antes de sair de Nova York, ele mencionou que veria o show com Brian Cannon, o designer das capas iniciais do Oasis — o cara de costas para a câmera em *(What’s the Story) Morning Glory?*. Durante o almoço, ele disse que talvez fosse com o DJ Sean Rowley — o outro homem naquela capa, o que está de frente. Quando ofereci ajuda com ingressos nos EUA, James me dispensou: "Vou só mandar uma mensagem para o Noel."
Ele me contou sobre outro ponto do Oasis por perto, então fiz um desvio rápido antes de pedalar até o Good Mixer em Camden — o centro social do Britpop — passando pela antiga casa do Liam com Patsy Kensit e pelo "Supernova Heights" do Noel no caminho. Para completar, passei pelo primeiro apartamento do Noel em Londres, na Albert Street.
Nos anos 90, a preparação para os shows do Oasis era como o resto da nossa vida: se parecia bom, a gente fazia — até não parecer mais.
Funcionava — até não funcionar. Normalmente entrávamos na lista, chegando bem quando a banda ia subir ao palco, animados e prontos. Dessa vez, não arrisquei. Usei uma faixa de monitoramento de sono nos dias antes do show, tomei vitaminas extras e geralmente tentei ser — para usar uma frase — mais em forma, mais feliz, mais produtivo.
Planejamos uma viagem em família em torno do show em Wembley, com um dia tranquilo que nos levaria devagar para o norte, deixando as crianças com amigos para uma festa do pijama antes de ir para o estádio.
Uma coisa me chamou a atenção — não sei se é coisa do Reino Unido ou do Oasis: quase todo mundo estava vestido com merch oficial — camisetas, moletons, jaquetas, chapéus de palha — a maioria novo, embora os mais descolados exibissem peças vintage de Knebworth. Minha regra pessoal em shows? Nunca usar a camisa da banda no show deles. Então fui de camiseta do Beady Eye (o projeto pós-Oasis do Liam da turnê americana de 2011). Isso gerou um longo debate sussurrado entre o cara ao meu lado e a esposa dele — que claramente achavam que eu não os ouvia. (Ouvi.) O resumo? Ele achou minha camisa *extremamente* legal, depois passou um tempão explicando o Beady Eye para ela. No final, ele virou para mim e disse, simplesmente: "Adorei sua camisa." Essa foi a extensão da nossa interação por horas.
Mas chega disso — e o show?
O que *há* para dizer? Uma das maiores bandas do século XX, separada por anos, estava reunida. A escala dessa reunião é impressionante — economistas estimam que ela injetará quase um bilhão de libras na economia britânica.
A enormidade de tudo foi avassaladora. Os famosos irmãos Gallagher, conhecidos por suas brigas, entraram no palco de mãos dadas — Liam de parka Burberry e chapéu de palha de veludo, Noel até curvando-se para o irmão que passou anos difamando. Os amplificadores rugiram, a plateia explodiu, e lá estava eu, assistindo minha banda favorita no que parecia seu estádio de casa. (Claro, eles são de Manchester, mas encontraram fama em Londres, onde ainda moram.)
A voz do Liam estava tão crua e poderosa quanto sempre — ainda o melhor frontman de sua geração, talvez de qualquer geração. A banda (uma mistura de membros originais e posteriores) soou incrível. O setlist, puxado principalmente dos dois primeiros álbuns lendários, fez 90.000 pessoas pular, gritar e cantar cada palavra. Gente chorou, abraçou estranhos, jogou cerveja, subiu nos ombros. Minha seção era VIP-adjacente, então um pouco mais contida, mas mesmo assim era impossível não ser levado pela euforia coletiva.
Em certo momento, me peguei pensando: *Quando foi a última vez que estive cercado por 90.000 pessoas se divertindo tanto?* E não era só minha geração — havia milhares que nunca pensaram que veriam o Oasis ao vivo. Até agora.
A banda tocava junta, irradiando pura alegria. Pense bem — quando 90.000 pessoas já concordaram em algo tão unanimemente, celebrando com uma felicidade tão selvagem e desenfreada?
E sim, a volta de metrô foi caótica, para dizer o mínimo. Mas também foi eletrizante, com centenas de fãs cantando músicas do Oasis — não só os hits, mas as mais profundas e introspectivas, como "Half the World Away."
Dois dias depois, esperando o Eurostar para Paris, vi uma das incontáveis pessoas em Londres exibindo merch do Oasis com orgulho. Por acaso, estávamos usando o mesmo moletom Adidas/Oasis — só que em cores diferentes. Nossos olhares se cruzaram, acenamos e sorrimos. Nenhuma palavra foi necessária.
Claro, há a visão cínica da reunião — que é só uma jogada por dinheiro, um bando de homens de meia-idade perseguindo seus dias de glória, uma banda tentando se manter relevante. Sim, há nostalgia envolvida, mas para mim, é maior que isso. É sobre recapturar o espírito de uma era — quando fazíamos coisas juntos, não sozinhos; quando o mundo parecia mais estável, menos fragmentado; quando a vida era vivida, não eternamente documentada e dissecada.
O livro brilhante de Alex Niven sobre *Definitely Maybe* (parte da série 33 ⅓ da Bloomsbury) se destaca como uma das raras tentativas de levar o Oasis a sério — não só como um fenômeno pop ou material de tabloide, mas como artistas. Ele escreve que o Oasis chegou mais perto do que qualquer banda nos últimos 25 anos de expressar as esperanças e sonhos coletivos de uma geração. Num momento em que políticos neoliberais corroíam a sociedade e fingiam que o socialismo nunca existiu, a música do Oasis ajudou a reunir as pessoas.
Então, aqui está meu pensamento final: a turnê do Oasis continua. Arranje um jeito de conseguir ingressos. Esteja lá.
Longa vida ao rock.
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Se precisar de ajustes ou quiser que eu continue, é só avisar!