Victoria Mboko insiste que é como qualquer outra adolescente da Geração Z. Ela adora passar o tempo em cafés locais e fazer compras na Sephora com a irmã mais velha. Seus fones de ouvido estão sempre sintonizados em Drake, SZA, The Weeknd e Kendrick Lamar. Ela tenta encaixar uma série de TV de vez em quando—de preferência com temporadas curtas—mas geralmente acaba reassistindo sua série de conforto, Modern Family.

Mas não há nada comum na ascensão meteórica de Mboko no tênis. Há algumas semanas, a canadense de 18 anos—que completa 19 anos na terça-feira—conquistou seu primeiro título do circuito WTA em Montreal. Ela se tornou a tenista mais jovem desde Serena Williams em 1999 a vencer quatro campeãs de Grand Slam em um único torneio. Começando o ano como 333ª do mundo, Mboko subiu para 24ª e chega a Nova York como uma potencial zebra para o US Open. Pela primeira vez, ela é cabeça de chave (22ª) no quadro principal de um major. (Ela enfrenta Barbora Krejcikova hoje às 11h.) É o marco mais recente em uma temporada de estreia explosiva, onde venceu 53 de suas 62 partidas em 2025.

Em entrevista por telefone alguns dias antes do início do US Open, Mboko admite que ainda está assimilando a importância de sua grande vitória em Montreal enquanto se adapta a quanto sua vida mudou.

"Muita coisa aconteceu, não me entendam mal, mas isso me deixa feliz", diz Mboko, enquanto era transportada entre estúdios de TV durante um dia agitado de mídia em Toronto. "Após a final, quando voltei para meu quarto de hotel, meu telefone estava um pouco bombardeado, mas eu estava tão cansada que só tentei adormecer o mais rápido possível."

Entre todas as mensagens que recebeu, uma se destaca: quando Mboko caiu de joelhos no ponto de jogo em Montreal, a torcida em Toronto—a cerca de 530 km de distância—que acompanhava sua partida pelos celulares enquanto assistia à final masculina ao vivo, irrompeu subitamente em aplausos. Escusado dizer que Ben Shelton (que venceria o evento masculino) e seu oponente Karen Khachanov ficaram perplexos com a interrupção. "Ben me mencionou em seu story do Instagram e me parabenizou", recorda Mboko. "Eu meio que me desculpei—falei: 'Desculpa!' É muito engraçado ter acontecido, mas nós dois ficamos felizes um pelo outro."

Mboko é a mais recente de uma onda de canadenses de famílias imigrantes—incluindo Bianca Andreescu, Leylah Fernandez, Milos Raonic, Denis Shapovalov e Felix Auger-Aliassime—que alcançaram o topo do esporte na última década. Uma promissora jogadora júnior impedida por lesões recorrentes no joelho nos últimos anos, Mboko passou grande parte do ano passado treinando na Bélgica na academia da ex-número um do mundo e heptacampeã de Grand Slam Justine Henin.

Em 2025, sob a orientação de Nathalie Tauziat, ex-número três do mundo que agora treina pela federação de tênis do Canadá, Mboko dominou o circuito ITF—a liga menor do tênis profissional—vencendo 28 de suas primeiras 29 partidas e cinco títulos, perdendo apenas dois sets. Ela levou a ex-número dois Paula Badosa a um tiebreak do set decisivo em Miami. Vitórias no quadro principal de Roland Garros e Wimbledon, junto com a chegada à sua primeira final WTA, apenas solidificaram seu status como uma estrela em ascensão a ser observada.

"Há uma grande diferença entre jogar contra alguém do top 10 e jogar contra alguém do circuito ITF—elas acertam mais forte, são mais consistentes, mais desenvolvidas física e mentalmente", diz Mboko. "Mas eu sempre acredito que tudo é possível. Sabia que cada partida seria difícil e uma verdadeira batalha. Desde que mantivesse o ânimo e lutasse o máximo possível, sabia que ficaria tudo bem."

A abordagem soa simples o suficiente, mas muito poucas jogadoras no mundo têm o talento precoce de Mboko. Como convidada wild card no Canadian Open deste ano, ela diz que "realmente não tinha muitas expectativas" para si mesma. "Honestamente, apenas vencer uma rodada já foi muito legal—nunca pensei que chegaria longe. Mas conforme fui avançando, entrei em cada partida com o objetivo de vencer. Nas quartas de final, pensei: 'Ok, você realmente tem uma chance real de vencer este torneio. Vá atrás do ouro.' Isso mudou minha perspectiva."

A campanha de Mboko em casa pareceu sair de um sonho adolescente. Mostrando notável serenidade e resiliência, ela venceu a campeã do Australian Open de 2020 Sofia Kenin e a bicampeã de Grand Slam Coco Gauff—que a havia derrotado no início do ano em Roma. Ela também veio de um set atrás para derrotar a campeã de Wimbledon de 2022 Elena Rybakina e a tetracampeã de major Naomi Osaka.

Todas as suas sete partidas foram disputadas na quadra central, e conforme ela avançava, as multidões ficavam cada vez maiores. "É engraçado—eu nem sou de Montreal, mas tantas pessoas vieram me apoiar", recorda Mboko. Suas duas últimas partidas atraíram um público esgotado de mais de 11.000 fãs, sem mencionar milhões assistindo pela TV em todo o país.

Mboko credita essas torcidas energéticas por ajudá-la a seguir em frente. Durante o terceiro set de sua semifinal contra Rybakina, ela caiu awkwardly sobre o pulso direito. Na manhã seguinte, a inflamação estava tão severa que ela mal conseguia pentear o cabelo ou escovar os dentes, muito menos segurar uma raquete. Ela e sua equipe foram a uma clínica local para fazer ressonância magnética e raio-X para descartar lesão grave. Liberada para jogar, ela teve o pulso fortemente enfaixado e tomou analgésicos. (Ela está em reabilitação desde a final.)

Embora nunca tenha mostrado desconforto, Mboko admite que esse tipo de força mental nem sempre veio facilmente. "Mas conforme fiquei mais velha, entendi melhor por que manter a calma na quadra importa, e como a força mental pode ser ainda mais importante que a capacidade física."

Os pais de Mboko, Cyprien e Godée, mudaram-se da República Democrática do Congo há quase três décadas, durante a Primeira e Segunda Guerra do Congo dos anos 1990. A família morou por vários anos em Charlotte, Carolina do Norte, onde Mboko nasceu, antes de se mudar para Toronto quando ela era bebê. Ela é a mais nova de quatro irmãos tenistas; sua irmã Gracia e seu irmão Kevin tinham habilidade suficiente para jogar no nível universitário. "Lembro de vê-los das arquibancadas e querer participar, mas era muito nova para me juntar", ela recorda com uma risada. "Somos muito competitivos entre nós, e acho que isso teve um grande papel em moldar a atitude que tenho na quadra agora."

Competir regularmente contra jogadoras mais velhas e maiores ensinou Mboko a assumir o controle dos pontos cedo. "Sempre fui uma jogadora muito agressiva", ela diz. "Gosto de acertar winners e iniciar pontos com um saque forte. Meu estilo de jogo exige muito fisicamente, o que acho que sempre foi uma vantagem—mas aprender a controlar esse poder foi outro desafio. Você pode ser poderosa e agressiva, mas sem consistência, não funciona."

O que torna Mboko uma adversária tão formidável é sua capacidade de transitar suavemente da defesa para o ataque. Ela pode overpower rivais com sua força ou usar sua velocidade e habilidades defensivas para forçar erros. Sem surpresa, seu estilo atlético e de quadra total remete à sua ídola de infância, Serena Williams. Após assistir Serena e sua irmã mais velha Venus competirem, seguindo os passos de sua irmã Venus ao quebrar barreiras em um esporte predominantemente branco, ela admite que parece surreal estar agora em posição de inspirar a próxima geração de jogadoras negras. "Ser um modelo para outras crianças é muito especial para mim", ela diz. "Sempre me lembro de ser aquela garotinha que admirava tantas jogadoras, e, felizmente, agora tenho a chance de jogar ao lado de algumas delas."

Ao voltar seu foco para o US Open—o Grand Slam que sempre sonhou em vencer—Mboko está bem ciente de que "haverá muita pressão e atenção sobre mim". Fora da quadra, ela se tornou mais reconhecível em público e, desde sua estreia em Montreal, tem sido inundada com pedidos da mídia. Na quadra, ela precisará se adaptar a ser aquela que os outros perseguem, em vez de azarão.

Mas Mboko, que enfrenta uma difícil partida de primeira rodada contra a bicampeã de Grand Slam em simples Krejcikova, insiste que sua mentalidade permanece inalterada. "Realmente não coloco pressão em mim mesma", ela diz, soando como uma adolescente relaxada com toda sua carreira pela frente. "Só vejo como um privilégio jogar em um Grand Slam e até ser cabeça de chave. Quero aproveitar o momento o máximo possível."



Perguntas Frequentes
Claro Aqui está uma lista de Perguntas Frequentes sobre Victoria Mboko no US Open, projetada para ser clara e útil para todos os níveis de interesse



Perguntas Gerais e para Iniciantes



P: Quem é Victoria Mboko?

R: Ela é uma estrela emergente do tênis canadense, ainda na adolescência, que está construindo seu nome no circuito profissional.



P: Quantos anos tem Victoria Mboko?

R: Ela tem 17 anos.



P: Este é seu primeiro torneio major?

R: Não, ela já competiu em outros eventos de Grand Slam, mas o US Open é um dos maiores palcos do tênis.



P: O que significa sua mentalidade "tudo é possível"?

R: Significa que ela acredita totalmente em si mesma. Ela entra em cada partida com a confiança de que pode vencer, não importa quão famosa ou bem classificada seja sua oponente.



P: Por que sua participação no US Open é tão importante?

R: É importante porque ela é um talento jovem e emocionante, competindo contra os melhores jogadores do mundo, mostrando que a próxima geração do tênis chegou.



Perguntas Avançadas e Detalhadas



P: Qual é a classificação atual de Victoria Mboko?

R: Sua classificação muda semanalmente, mas ela tem subido rapidamente no ranking WTA e estava entre as 300 primeiras.



P: Qual é seu estilo de jogo?

R: Ela é conhecida por ser uma baselinha agressiva com um jogo poderoso, golpes de fundo fortes e um espírito de luta na quadra.



P: Ela já venceu partidas ou títulos notáveis antes do US Open?

R: Sim, ela teve sucesso no Circuito ITF e conquistou vitórias sobre jogadoras classificadas muito acima dela, o que é um sinal de seu potencial.



P: Quais são os maiores desafios que ela enfrenta em um torneio como o US Open?

R: Os principais desafios são a imensa pressão, a experiência de oponentes veteranos, as torcidas barulhentas e numerosas, e a demanda física de jogar potencialmente múltiplas partidas melhores de três sets.



P: Quem treina Victoria Mboko?

R: Ela foi treinada pelo ex-tenista profissional Frédéric Niemeyer, que tem sido instrumental em seu desenvolvimento.



Perguntas Práticas para Fãs