A nova série do BritBox, Outrageous, é hilária, dinâmica e—para usar uma expressão britânica—uma verdadeira diversão. Mas quão precisa é sua representação da vida das irmãs Mitford?

Diana, Jessica, Unity, Nancy, Deborah e Pamela Mitford estavam entre as mulheres mais comentadas de sua época, então é natural questionar se as histórias no roteiro de Sarah Williams—baseado no livro de 2001 de Mary S. Lovell, The Mitford Girls—têm fundamento na realidade. Não se preocupe—nós separamos os fatos da ficção para que você possa aproveitar os dois primeiros episódios sem ficar checando no Wikipedia para confirmar o quão fascista Diana Mitford realmente era. (Spoiler: Muito.) Aqui está o que você precisa saber sobre a história real por trás de Outrageous:

### Diana Mitford realmente se casou com um dos homens mais ricos de Londres?
Sim! Antes de se casar com Oswald Mosley, líder da União Britânica de Fascistas, seu primeiro marido foi Bryan Guinness, herdeiro da fortuna da cervejaria Guinness e do baronato de Moyne. Guinness fazia parte dos "Bright Young Things" de Londres, um grupo de socialites ricos conhecidos por suas festas extravagantes e estilos de vida luxuosos. A fortuna de sua família valeria cerca de US$ 983 milhões hoje, tornando-o um dos solteiros mais cobiçados da época.

### O noivo de Nancy Mitford, Hamish Erskine, realmente era gay?
Sim—Erskine era tão abertamente gay quanto alguém poderia ser na Inglaterra pré-Segunda Guerra, chegando a ter um caso com o irmão de Nancy, Tom Mitford, enquanto estudava em Eton. Apesar disso, Nancy estava profundamente apaixonada por ele, inspirando-se nele para criar o protagonista masculino de seu primeiro romance, Highland Fling.

A historiadora da arte Lisa Hilton, autora de The Horror of Love, disse recentemente ao New Zealand Herald: "Hamish era um personagem terrível, mas Nancy ainda era bastante recatada. Eu me pergunto se ela ficou com ele como uma forma de autoproteção—ao não se casar jovem como suas colegas, ela se preservou. Muitos homens mais adequados queriam se casar com ela, mas ela insistiu no risonho Hamish. Isso diz muito sobre seus próprios bloqueios—talvez ela simplesmente não quisesse se casar."

### Manifestantes famintos realmente protestaram na porta dos Mitford?
Não há evidências diretas de que manifestantes famintos tenham protestado em frente à casa dos Mitford (como mostrado em Outrageous), mas Jessica Mitford, pacifista a vida toda, desenvolveu visões socialistas desde cedo. Em suas memórias de 1960, Hons and Rebels, ela descreveu o clima político de Londres:

"Marchas da fome, pequenas no início, depois crescendo com comunidades inteiras, enchiam os jornais… Patriotismo e jingoísmo eram atacados por jovens escritores. O pacifismo, nascido do medo de outra guerra, varreu minha geração. Como muitos, tornei-me pacifista primeiro, depois abracei o socialismo."

### Unity e Jessica Mitford realmente eram próximas?
Apesar de suas políticas radicalmente opostas—Unity adorava Hitler, enquanto Jessica era comunista—as irmãs eram realmente próximas na juventude. Nascidas com três anos de diferença (Unity em 1914, Jessica em 1917), elas dividiam um quarto, decorando seus lados com símbolos opostos: o de Jessica com pôsteres de Lênin e a foice e o martelo, o de Unity com suásticas e retratos de Hitler. No entanto, seu relacionamento também foi marcado por longos afastamentos.

Sim, Unity Mitford realmente tinha um rato de estimação. De acordo com o livro de Lauren Young de 2022, Hitler’s Girl: The British Aristocracy and the Third Reich on the Eve of WWII, Unity às vezes usava sua cobra de estimação, Enid, em volta do pescoço em festas. Quando ficava entediada—o que acontecia com frequência—ela soltava seu rato, Ratular, para animar as coisas.