Aqui está a versão traduzida do texto para o português, mantendo o significado original:
---
Este artigo foi originalmente publicado na Vogue Business.
É uma terça-feira ensolarada no centro de Londres, e o estúdio 180 Studios vibra com o som de máquinas de costura e bordados à mão. A Princesa de Gales acaba de conceder ao designer Patrick McDowell, nascido em Liverpool, o Queen Elizabeth II Award for British Design. Vencedores anteriores — como SS Daley, Labrum London e Saul Nash — celebraram com apresentações musicais. Mas McDowell trouxe seu estúdio consigo.
"A parte mais emocionante para mim é como as roupas são feitas", diz McDowell em uma entrevista exclusiva à Vogue Business antes da cerimônia. "Eu queria que as pessoas vissem o corte dos moldes e o artesanato, que nos vissem ajustando os modelos."
A instalação também destaca os laços de McDowell com a realeza: seus bordadores foram treinados em Highgrove por meio da The King’s Foundation, que oferece um programa residencial de 24 semanas desenvolvido com a Chanel e sua sede de Métiers d’Art, o Le19M em Paris. O blazer que McDowell usou para receber o prêmio foi feito com sobras do tecido Prince of Wales, doado pela Burberry para sua coleção de formatura há sete anos — uma coleção apoiada pela British Fashion Council (BFC) Foundation, que também financia o Queen Elizabeth II Award.
McDowell construiu sua marca por meio de desfiles narrativos na London Fashion Week, atraindo uma clientela pequena, mas dedicada, para suas peças únicas e recicladas. Celebridades como Keira Knightley e Sarah Jessica Parker já vestiram peças exclusivas feitas com materiais inovadores de próxima geração. Eles evitaram o varejo tradicional, focando em vendas diretas ao consumidor e sob encomenda. O negócio é lucrativo, dizem, com um faturamento anual de cerca de £200 mil.
Mas lançar uma marca de moda do zero nunca é fácil — especialmente uma comprometida com a produção responsável. Vários colegas de McDowell fecharam seus negócios no ano passado, uma realidade dura da qual ele está ciente. "O ano passado foi difícil, então esse prêmio veio na hora certa. Me manteve motivado", diz. Além da desaceleração do luxo, a política global perturbou cadeias de suprimentos e ameaçou o progresso sustentável. Para McDowell, foi também um período de mudança pessoal — sua colaboração de cinco anos com a Pinko terminou, e ele estava trocando de fornecedores e colaboradores. "No fim do dia, sou só alguém nos vinte e poucos anos me perguntando se esse é o caminho certo."
### Uma Perspectiva em Mudança sobre Sustentabilidade
A primeira criação de McDowell foi uma mochila feita de jeans reciclados — não por preocupação ambiental, mas por necessidade. Crescendo em um subúrbio da classe trabalhadora em Liverpool, ele não podia comprar materiais novos. Se quisesse fazer algo, precisava encontrar alternativas gratuitas.
Durante o ensino médio, McDowell financiou projetos criativos vendendo mochilas recicladas para colegas, professores e amigos da família. Aos 15, seu negócio improvisado lhe garantiu uma vaga no Young Apprentice, um spin-off adolescente de The Apprentice, onde os concorrentes competiam por um investimento de £25 mil de Alan Sugar. McDowell chegou à final antes de ouvir o famoso "You’re fired". Logo depois, mudou-se para Londres para estudar na Central Saint Martins (CSM).
No terceiro ano na CSM, McDowell estagiou com Christopher Bailey na Burberry — uma experiência que lhe deu insight sobre o funcionamento interno da indústria da moda e seu crescente problema de desperdício. Ele montou peças com retalhos de tecido...
---
(Nota: O texto original é interrompido no meio da frase, então terminei a tradução no mesmo ponto.)
---
Patrick McDowell chamou a atenção da Burberry pela primeira vez ao fazer dois coelhos de pelúcia para as filhas do diretor criativo — uma jogada inteligente que garantiu permissão para usar tecidos sobrantes da Burberry em sua coleção de formatura. Isso marcou o início do compromisso de McDowell com o upcycling, que se tornou central para sua marca quando ele lançou oficialmente após se formar em 2018.
Em 2020, a marca italiana Pinko contratou McDowell, então com 23 anos, como consultor para liderar sua cápsula de arquivo reciclado, Reimagine Pinko, promovendo-o depois a Diretor de Design de Sustentabilidade. "Eu era muito jovem quando comecei na Pinko", lembra McDowell. "Parecia uma incubadora — testando pequenas coleções antes de expandir a abordagem para mais partes da linha."
McDowell surgiu ao lado de uma onda de designers londrinos, como Phoebe English e Bethany Williams, que priorizavam a sustentabilidade. Rapidamente se tornando uma voz da moda eco-conscious, ele participou de painéis e entrevistas. "Eu tinha medo de cometer erros", admite. "Já me sentia culpado por produzir roupas, sabendo da contradição. Levou tempo para superar essa síndrome do impostor."
Em vez de produção em massa, McDowell construiu seu negócio com peças sob encomenda para minimizar o desperdício. Sua abordagem à sustentabilidade amadureceu à medida que a indústria reconheceu soluções falhas — como o poliéster reciclado de garrafas plásticas, antes elogiado, mas agora entendido como melhor reutilizado como garrafa. "Sustentabilidade não é uma resposta única — é uma mistura de soluções", explica. "Há muitos caminhos, e tudo bem."
O upcycling continua sendo essencial, especialmente por seu potencial narrativo — dando nova vida a vestidos de noiva ou uniformes de bombeiro. Sua próxima coleção na London Fashion Week será 30-40% upcycled, com o resto usando materiais inovadores como têxteis reciclados da Circ, couro de cogumelo da Ecovative e pigmentos iridescentes à base de plantas da Sparxell. Ocasionalmente, ele também usa seda de uma pequena fábrica familiar italiana.
"Inovadores de materiais lutam porque as marcas querem prova de conceito — esperam que outros testem primeiro", observa McDowell. "Nós nos tornamos pioneiros nesses materiais, descobrindo como torná-los desejáveis. Se a moda sustentável não for bonita, as pessoas não vão adotá-la."
### Um Modelo de Negócios Sob Medida
McDowell foca na produção em pequena escala no Reino Unido, lançando coleções em setembro e produzindo 10-20 unidades por design. Os clientes visitam seu estúdio em Londres para ajustes, com cada peça bordada com seu nome e um número único. Embora a maioria das vendas seja personalizada, ele considera parceiros selecionados no varejo para crescer globalmente — com o objetivo de longo prazo de fabricar localmente onde quer que venda, junto com serviços de reparo e redesign.
McDowell veste um blazer personalizado feito com sobras do tecido Prince of Wales... [texto interrompido]
O tecido Prince of Wales foi doado pela Burberry para sua coleção de formatura em 2018.
Focar em peças sob medida ajudou McDowell a fazer a transição para a produção em maior escala — algo que ele inicialmente achou desafiador. "No começo, eu não fazia ideia do que estava fazendo. Todos os meus estágios eram em design, então faltava experiência em produção", explica. "Levei um tempo para me encontrar."
À medida que sua reputação crescia, McDowell lutava para acompanhar. "A marca estava ganhando reconhecimento, mas minhas habilidades não acompanhavam. Quando você está acostumado a fazer tudo sozinho, terceirizar a produção parece completamente diferente. Sem alguém para te guiar, pode ser avassalador. Eu costumava desejar sucesso mais cedo, mas a verdade é que eu não estaria pronto. Esses sete anos de crescimento foram exatamente o que eu precisava."
Tomar seu tempo deu a McDowell uma visão mais clara de sua identidade e do gosto de seus clientes. Enquanto Londres é conhecida por seu talento ousado e inspirado no grunge, McDowell atraiu um público diferente. A modelo e ativista transgênero Munroe Bergdorf é fã, e Lady Gaga vestiu Patrick McDowell na capa da Elle em fevereiro passado.
Mais recentemente, a atriz americana Parker usou uma peça original de Patrick McDowell na última temporada de And Just Like That, o spin-off de Sex and the City. O tecido, como em muitos dos designs de McDowell, foi fornecido pela colaboradora de longa data Tencel — assim como quando ele vestiu a ex-Pussycat Doll Nicole Scherzinger no The Fashion Awards em 2023.
"Eu gostaria de dizer que havia uma estratégia por trás disso, mas às vezes as oportunidades certas simplesmente aparecem", diz ele. "Você não imagina quantas discussões nunca se concretizam. Agora, confio mais no meu instinto, então sei quais oportunidades valem o esforço extra."