Após quinze anos promovendo a fotografia como meio de diálogo e pensamento crítico, a African Artists’ Foundation (AAF) anunciou que o Festival LagosPhoto se tornará um evento bienal, com a próxima edição ocorrendo de 25 de outubro a 29 de novembro de 2025.
Esta mudança representa um novo estágio de crescimento, permitindo uma exploração mais aprofundada, uma programação mais ampla e maior influência. Intitulada "Encarceramento", a edição de 2025 do festival explorará as muitas formas visíveis e ocultas de confinamento — seja impostas por sistemas ou por si mesmo — que continuam a limitar comunidades marginalizadas. Questionará como as imagens podem revelar, confrontar e reimaginar estruturas de aprisionamento.
O programa será realizado em quatro locais em Lagos e Ibadan, apresentando projetos individuais e coletivos, exposições institucionais, exibições de filmes e debates. Pela primeira vez, o LagosPhoto se expandirá para Ibadan, destacando obras que dialogam com as expressões urbanas e arquitetônicas de encarceramento da cidade.
O encarceramento frequentemente existe à vista de todos. O sistema global de confinamento depende de instituições e políticas que prometem reformas, mas perpetuam o controle. Além das barreiras físicas, o aprisionamento também aparece em formas psicológicas, ideológicas e espirituais — influências sutis que moldam nossa imaginação, desejos e compreensão da liberdade. Historicamente, a fotografia fez parte desses sistemas, sendo usada para vigilância, categorização e justificação do poder. No entanto, também tem sido uma ferramenta de resistência — documentando movimentos de libertação, imaginando soberania e celebrando a vida cotidiana. Através desses duplos papéis, a fotografia serve tanto como instrumento de opressão quanto como meio de libertação.
Continuando o longo interesse da AAF no papel expansionista da fotografia, o LagosPhoto incluirá obras além da fotografia tradicional — como peças impressas, escultóricas, tecidas, tingidas e baseadas em performance que misturam imagens, som, texto, filme, instalação e arquivos. Os artistas examinarão a função da fotografia como mecanismo de controle e caminho para a liberdade, abordando temas como trauma, deslocamento e renovação.
Artistas como Ayobami Ogungbe usam imagens tecidas para transmitir as camadas emocionais da migração, enquanto Geremew Tigabu captura paisagens marcadas por conflitos. Cesar Dezfuli e Stefan Ruiz exploram como a arte do retrato interage com fronteiras e pertencimento. Yagazie Emezi e Nuotama Bodomo reinterpretam tradições etnográficas através de perspectivas indígenas — Emezi usando têxteis e rituais para evocar memória ancestral, e Bodomo remodelando o cinema com ritmos afro-indígenas. Outros, como Shirin Neshat e Sharbendu De, abordam rupturas psicológicas e ambientais, desde reflexões sobre liberdade até visões de futuros climáticos.
Como primeira edição bienal, o LagosPhoto 2025 marca uma nova fase transformadora — construindo sobre quinze anos de inovação enquanto promove novas conversas sobre criatividade, resistência e liberdade. O novo formato combina projetos de convocatória aberta com uma seleção curada, focando em pesquisa arquivística, práticas intertextuais e coleções experimentais. As propostas abrangem a África, sua diáspora e conexões globais, com forte ênfase nos laços linguísticos e culturais da África Ocidental.
Sem título, 2021. Da série Eye of the Storm, 2023. Cortesia do artista e AAF.
Geremew Tigabu
Good People, 2024. Cortesia do artista e AAF.
Khanya Zibaya
Os projetos exploram temas-chave como ecologia, migração, identidade, religião e arquitetura, aprofundando-se em prisões metafóricas e reais. As exposições ocorrem em locais históricos de reunião, resistência e mudança. Em Lagos, o programa principal é realizado em três locais: a African Artists’ Foundation (AAF), que reabre após dois anos de reformas; Nahous Gallery, um novo espaço no complexo histórico Federal Palace (onde a independência da Nigéria foi assinada e o FESTAC '77 foi realizado); e Freedom Park, uma antiga prisão colonial que agora serve como marco público.
Brother's keeper, 2021. De Point of Return. 36 x 26 polegadas. Cortesia do artista e AAF.
Ogungbe Ayobami
Sem título, 2023. Da série The Fury. Cortesia do artista e AAF.
Shirin Neshat
Cortesia do artista, AAF e Tender Photos.
Ollie Walker
Em Ibadan, o evento bienal ocorre no New Culture Studio, projetado por Demas Nwoko em 1970, examinando aspectos urbanos e arquitetônicos do confinamento. Outros locais satélites incluem o Didi Museum e a Alliance Française de Lagos.
O LagosPhoto 2025 tem o apoio do Ministério da Arte e Turismo, National Geographic, Canon, Open Society Foundations e Nahous Gallery, em parceria com colaboradores locais Kòbọmọjẹ́ Artist Residency (K-AiR), Madhouse e Wunika Mukan Gallery.
Para mais detalhes, visite https://www.lagosphotofestival.com/
Perguntas Frequentes
Claro! Aqui está uma lista de Perguntas Frequentes úteis e claras sobre a primeira Bienal do LagosPhoto e seus temas.
Informações Gerais
P1: O que é o Festival LagosPhoto?
R: É um importante festival internacional de fotografia realizado em Lagos, Nigéria. É o primeiro e maior do gênero na África, dedicado a apresentar fotografia contemporânea e narrativa visual.
P2: Qual é o tema desta Bienal específica?
R: O tema desta primeira Bienal explora o aprisionamento e o poder da fotografia como forma de protesto.
P3: O que significa Bienal?
R: Uma Bienal é uma grande exposição de arte que acontece a cada dois anos. Esta foi a primeira para o LagosPhoto.
Compreendendo os Temas
P4: Como a fotografia pode ser uma forma de protesto?
R: A fotografia pode protestar expondo injustiças, documentando violações de direitos humanos, desafiando narrativas poderosas e dando voz aos sem voz. Uma única imagem poderosa pode mobilizar a opinião pública e exigir mudanças.
P5: A que tipos de aprisionamento o tema se refere?
R: Não se trata apenas de prisões físicas. Pode referir-se a aprisionamento social, político ou mesmo mental.
P6: Pode dar um exemplo de fotografia usada como protesto?
R: Sim. Exemplos históricos incluem fotos do Movimento dos Direitos Civis nos EUA ou da luta contra o apartheid na África do Sul. Esta Bienal provavelmente apresentou artistas africanos contemporâneos usando a fotografia para protestar contra formas modernas de aprisionamento.
Para Visitantes e Entusiastas de Arte
P7: Onde e quando esta Bienal aconteceu?
R: A primeira Bienal do LagosPhoto foi realizada em Lagos, Nigéria. Você precisaria verificar o site oficial do LagosPhoto ou arquivos para as datas e locais específicos daquele evento inaugural.
P8: Quem foram os artistas apresentados?
R: O festival normalmente apresenta uma mistura de artistas africanos consagrados e emergentes e fotógrafos internacionais cujo trabalho se alinha com o tema. A lista exata estaria no programa da Bienal original.
P9: O festival é apenas para especialistas em arte?
R: De modo algum. O festival é para todos. O poder da fotografia é que ela é uma linguagem visual.
