O atual boom de livros de romance tem seus altos e baixos: enquanto títulos como Seven Days in June, de Tia Williams, e Red, White & Royal Blue, de Casey McQuiston, ganharam popularidade mainstream, muitos protagonistas do gênero continuam sendo brancos, heterossexuais e cisgêneros. É por isso que o novo romance de Jasmine Guillory, Flirting Lessons, é uma mudança tão refrescante — não apenas pelo esforço de corrigir esse desequilíbrio, mas também pela história em si.

No livro, a doce e reservada Avery, que é bissexual, se apaixona perdidamente pela carismática Taylor, que se oferece para ajudá-la a navegar no cenário de encontros queer após um término (daí as “aulas de flerte”). Ver as duas se abrindo lentamente uma para a outra — com o deslumbrante cenário do Vale do Napa, na Califórnia, como pano de fundo —, além de algumas cenas bastante picantes, é um lembrete emocionante de como o romance literário pode ser eletrizante. Fãs de The Pairing, de McQuiston, ou da química sáfica entre Marley e Daphne na 2ª temporada de Survival of the Thickest vão adorar Avery e Taylor, cuja dinâmica realista torna sua conexão apaixonante ainda mais emocionante.

A Vogue conversou recentemente com Guillory sobre como plantou as sementes de Flirting Lessons em um livro anterior, como veste seus personagens, sua inspiração em Anne of Green Gables e muito mais.

Vogue: O que a levou a incluir um romance queer em Flirting Lessons?

Jasmine Guillory: Eu queria escrever um romance queer fazia tempo, mas tinha outros projetos em andamento e estava esperando os personagens certos. Avery e Taylor apareceram no meu último livro, Drunk in Love, e assim que as escrevi, soube que a história delas seria a próxima. A partir daí, foi uma questão de entender a dinâmica delas e construir um mundo ao seu redor.

Vogue: Taylor ou Avery surgiu primeiro na sua mente?

Guillory: A personagem da Taylor veio primeiro. Ouvi amigas (que sabiam que eu estava escutando) falando sobre alguém que conheciam, dizendo: Ah, ela parte muitos corações. Pensei: Que ideia divertida para uma personagem. Anotei e me perguntei: Quem seria essa destruidora de corações, e se ela realmente se apaixonasse? Essa ideia ficou maturando por um tempo, e então Avery apareceu — elas simplesmente se encaixaram perfeitamente.

Vogue: Como é lançar este livro em comparação com seus projetos anteriores?

Guillory: Tem sido maravilhoso. Lancei livros antes e durante a pandemia, e é tão bom estar de volta na estrada, conversando com as pessoas sobre meu trabalho. Escrever pode ser solitário, e eu adoro, mas também amo discutir livros — sejam os que ambos lemos ou os meus. Eventos em livrarias, especialmente de romance, são incríveis porque a maioria é composta por mulheres, e a energia é tão alegre.

Vogue: Qual foi o enredo romântico mais emocionante que você encontrou recentemente — em livros, TV ou cinema?

Guillory: Volto sempre para histórias que amava quando criança, como Anne of Green Gables. Adoro o romance, mas, honestamente, as amizades ressoam ainda mais. Outra favorita é a série Betsy-Tacy — o romance é ótimo, mas está enraizado na amizade.

Vogue: Em termos de moda, onde você acha que Taylor compraria seus looks arrasa-corações?

Guillory: (Risos) Ah, o guarda-roupa da Taylor é pura confiança sem esforço. Ela misturaria peças vintage sofisticadas com itens contemporâneos elegantes — talvez um blazer bem cortado sobre um vestido de seda, ou jeans perfeitamente ajustados com uma blusa marcante. Ela compraria em lugares como The RealReal para peças únicas e talvez algumas peças ousadas de designers queer independentes. Seu estilo é tão magnético quanto ela. Gosto de pensar que as marcas que Taylor veste são qualquer coisa que ela pega aleatoriamente e que mostre seus bíceps [risos]. Já Avery usa marcas de shopping de médio alcance — diria muito Banana Republic. Acho que o guarda-roupa da Avery fica mais interessante conforme o livro avança, o que foi divertido de escrever.

Há algo que você gostaria de ver mais no mundo dos romances?
Nos últimos cinco a dez anos, definitivamente houve progresso, mas quero mais histórias sobre mulheres negras e pessoas gordas. Essas histórias e vozes sempre existiram, mas as editoras nem sempre lhes deram espaço ou prioridade. Tenho visto mais delas ultimamente, o que é ótimo — só quero ainda mais.

Esta conversa foi editada e condensada.

Flirting Lessons
US$ 27 BOOKSHOP