Ainda não consegui largar as redes sociais, por mais que eu tente, mas já fiquei bem bom em reconhecer o tipo de conteúdo do Instagram que me dá vontade de deletar minha conta. Talvez eu esteja traindo minha geração, mas não suporto aqueles posts superproduzidos e falsamente casuais que inundam meu feed — fotos perfeitamente encenadas com legendas auto-depreciativas do tipo "fotos aleatórias" ou "a vida tá ok".
Sou hater? Com certeza. Mas nem tudo no Instagram me irrita. Nos últimos anos, me apaixonei pelo que chamo de "Instagram boomer", onde pessoas acima dos 60 usam a plataforma de uma forma refrescantemente autêntica — algo que nós, millennials, só podemos sonhar em alcançar.
O rei do Instagram boomer é, sem dúvida, o dono de restaurantes Keith McNally. Enquanto aguardo ansiosamente pela leitura de suas memórias, tenho me deliciado com seu Instagram brilhantemente sem filtros, onde ele critica um perfil recente do Telegraph como "mal escrito e lamentavelmente impreciso" (vai Keith!), compartilha reflexões nostálgicas sobre oportunidades românticas perdidas e opina sobre eventos atuais em seu estilo afiado característico. Nunca conheci McNally pessoalmente, mas rolar seu feed é como sentar ao lado dele no Balthazar enquanto ele se inclina para soltar um comentário ácido na hora certa. Sou obcecado.
McNally não é o único boomer do Instagram que me conquistou. Até o lendário cineasta Francis Ford Coppola é surpreendentemente ativo, descrevendo-se em sua bio como "Diretor de Cinema, Roteirista, Produtor, Bisavô". Seus posts são pura energia de pai — fotos dele em cachoeiras com camisas berrantes, tributos espontâneos a Noël Coward e momentos de avô orgulhoso celebrando o filme The Last Showgirl de sua neta Gia Coppola.
E tem também Kyle MacLachlan, com sua bio encantadoramente simples "oi! eu sou o kyle", dançando músicas do Haim e postando declarações de amor sinceras à Lactaid. (Sério, que vibe babygirl.)
Mas nenhuma discussão sobre o Instagram boomer estaria completa sem Isabella Rossellini. Se você só a conhece de filmes como Veludo Azul ou Morte Não é o Bastante, seu Instagram será uma deliciosa surpresa. Ela compartilha suas paixões — desde os pombos que inspiraram a teoria da seleção natural de Darwin até um elefante queniano batizado em sua homenagem — e, claro, suas amadas abelhas. Não há melhor escape para o estresse da vida do que assistir Isabella Rossellini cuidando de suas colmeias.
Nunca pensei que diria isso, mas de um millennial chorão para os boomers: obrigado. Claro, vocês podem ter destruído a economia e o planeta, e sim, ainda torcem o nariz para minhas tatuagens na piscina, mas vocês mandam muito bem na arte da legenda do Instagram. Talvez eu até engula meu orgulho e ensine minha mãe de 70 anos a postar. (Ou… talvez não.)