O que é Stranger Things: The First Shadow?
Meu filho de 10 anos, William, não precisou de explicações—ele estava simplesmente empolgado por ir à Broadway e mergulhar novamente no universo de Stranger Things. "Eu amo Stranger Things", ele disse.
Mas eu estava nervoso. The First Shadow, agora em cartaz no Marquis Theatre de Nova York após um sucesso em Londres no West End, não é um musical (graças a Deus), mas uma peça—embora você não encontre essa palavra antiquada no marketing. Nem mesmo "peça" capta totalmente a escala desta produção, que parece mais um "evento da Broadway" ou até um "espetáculo da Broadway".
São quase três horas de fan service, traçando a história de origem de Henry Creel, o menino problemático que se torna um dos principais vilões da série (Vecna, como William me informou). No final, Henry acaba em um sinistro laboratório governamental—adequado, já que a peça em si parece uma mistura de teatro, montanha-russa e casa mal-assombrada.
Eu gostei. A direção (de Stephen Daldry) é afiada, a encenação é inventiva e a atuação é forte. A primeira hora foi especialmente eletrizante, repleta de efeitos sonoros e visuais intensos que me deixaram inquieto. No final, como um novato em Stranger Things, me senti um pouco perdido nos detalhes do lore e nas piadas internas—mas o espetáculo me conquistou. Aranhas, membros quebrados, um gato morto desenterrado e atores levitando me deixaram tonto. Então, um enorme fantoche com tentáculos (o Mind Flayer, me disseram) desceu do teto para nos ameaçar. Quando as cortinas se fecharam, eu estava de pé.
Dito isso, deixei meu lado crítico na porta. Esse trabalho ficou com o William, que maratonou a série e pode explicar Demogorgons, o portão e o Mundo Invertido. Já fiz isso antes—uma vez, transformei minha filha em uma crítica da Taylor Swift para a Vogue. Agora era a vez de William avaliar Stranger Things.
"Eu amo isso!", ele gritou após um prólogo emocionante em que um navio da Marinha colide com outra dimensão e é atacado por monstros. Não pense que seu entusiasmo era garantido—já o vi ficar impassível em shows de bandas que ele adora. Mas The First Shadow o deixou eufórico, tão hipnotizado como se tivesse visto telecinese de verdade.
Ele estava preocupado que fosse assustador demais. Antes do espetáculo, ele notou apenas uma outra criança da idade dele na plateia, o que o deixou nervoso. Mas, apesar dos gritos, sangue e explosões, ele lidou bem. Uma cena em que os membros de um personagem se quebram como gravetos até o achou engraçada ("Eles trocaram ela por um manequim", ele explicou—um truque que eu não percebi).
Sua crítica? "Teve muitos palavrões." Ele também torceu o nariz para algumas piadas de mau gosto do ensino médio e ficou chocado quando uma atriz apareceu coberta apenas por aranhas falsas.
"Isso não foi feito pensando em crianças", disse William. "Tem muita coisa sombria." Verdade. A história gira em torno de saber se o jovem Henry Creel (interpretado brilhantemente por Louis McCartney, segundo William) vai se tornar maligno. Logo no início, ele já arrancou os olhos de alguém—então, sim, nada muito leve. Um colega de sua antiga escola esteve envolvido em um incidente que forçou a família Creel a se mudar para Hawkins, Indiana. Enquanto uma garota em sua nova escola parece oferecer esperança de um futuro melhor, as coisas tomam um rumo sombrio—mais olhos serão arrancados, Demogorgons serão invocados e animais de estimação serão dilacerados.
"A cena do banheiro foi definitivamente a mais assustadora", disse William. Não vou dar spoiler.
A Broadway está em alta agora, quebrando recordes de vendas de ingressos. Maior claramente significa melhor nos dias de hoje, e essa é a mesma lógica por trás de Stranger Things—um espetáculo que avança a todo vapor e nunca desacelera. Não vai cansar seu cérebro ou testar sua paciência. É pura diversão, uma aventura louca—especialmente se você tem 10 anos.
O veredito final do William? "Muito melhor que Hamilton e Matilda." Coloquem isso no pôster.