Bem-vindo ao Addressed, nossa coluna semanal em que abordamos os altos (e ocasionais baixos) de se vestir. Vamos explorar tendências das passarelas, favoritos do street style, conversar com pessoas cujos visuais nos inspiram e—o mais importante—responder às suas perguntas urgentes sobre moda. Para enviar a sua, baixe o app da Vogue e vá até a seção Style Chat.

Uma editora da Vogue pergunta:
A primavera é minha estação favorita—exceto por aquelas semanas incômodas entre o clima de bota e o de sandália. Preciso de ideias frescas para sapatos de transição estilosos e práticos. Eu vivo de calças e jeans, e não, não vou usar sapatilhas (nem mesmo as de cristais da Alaïa, obrigada).

Ah, o eterno dilema do sapato no início da primavera! Em março, estamos desesperados para abandonar nossas camadas de inverno, não importa o que a teimosa temperatura “aparente” insista. Já cansamos de carregar botas pesadas, mas ainda é cedo demais para sandálias frágeis.

Ironicamente, a resposta para o problema dessa leitora é o que eu chamo de sapato da mulher trabalhadora—o antissapatilha. Pense em mocassins, oxfords ou até Mary Janes, mas com solado de couro resistente, feito para aguentar o desgaste diário (e eventualmente idas ao sapateiro). São sapatos que você vai guardar por anos. Geralmente são baixos, mas podem ter um salto modesto—nada de salto gatinho delicado, mas um projetado para conforto ou um leve levantamento (não mais que cinco centímetros). O segredo? Eles funcionam com ou sem meias, tornando-os perfeitos para climas imprevisíveis. Há algo inegavelmente libertador em um tornozelo descoberto aparecendo sob calças cropped—uma pequena alegria que nunca envelhece.

Felizmente, há muitas opções nesta temporada. Nas passarelas, adorei os afiados winklepickers da Coach (ótimos com meias e vestido ou calças wide-leg), as Mary Janes T-strap com tachas da Bally (um híbrido de sandália e sapato de mulher trabalhadora) e suas Mary Janes de bico amendoado (meu favorito pessoal—valoriza qualquer silhueta de calça). A Prada também acertou, com mocassins pintados excêntricos (melhores exibidos com calças slim ankle) e seus icônicos oxfords de espuma e espadrille (opte por um tom que não seja preto para se sentir pronta para a primavera). Os oxfords pontudos da Luar, com seu detalhe ornamental em “L”, elevam qualquer look instantaneamente, e se você ainda não superou os Tabis da Margiela, eles têm ótimos modelos de transição.

Fora das passarelas, a marca espanhola Hereu acerta consistentemente na estética do sapato da mulher trabalhadora, com designs que parecem atemporais e intrigantes. Tenho um par de suas Mary Janes T-strap em marrom escuro desde que comecei na Vogue—três anos depois, elas ainda dão um arremate perfeito aos meus looks. E, sinceramente, o que mais você poderia querer de um sapato?