Ontem, um pacote da Amazon atingiu novos patamares — literalmente. Uma espaçonave da Blue Origin, parte do empreendimento de turismo espacial de Jeff Bezos, entregou com sucesso sua carga VIP na linha de Kármán, o limite oficial do espaço. A bordo estavam a noiva de Bezos, Lauren Sánchez, junto com uma tripulação totalmente feminina, incluindo Katy Perry e Gayle King, que desfrutaram de uma breve flutuação de três minutos em gravidade zero. Perry até cantou “What a Wonderful World” para o grupo, enquanto celebridades em terra firme como Oprah Winfrey, Kris Jenner e Khloé Kardashian assistiram ao que poderia ser chamado de primeira viagem espacial de um grupo de bilionárias.
Muita gente vai torcer o nariz para esse passeio, e eu entendo porquê. Com guerras, fomes e crises assolando o planeta, gastar o PIB de um país pequeno por alguns minutos de ausência de peso parece ser o auge da distração humana. Mas, como Oprah sabiamente observou, “a vida é sobre se tornar a expressão mais plena de si mesmo” — mesmo que essa expressão envolva um ingresso de US$ 250 mil para a estratosfera.
Essa missão marcou a primeira tripulação espacial totalmente feminina desde 1963, um marco genuíno — embora fosse difícil ignorar o comercialismo descarado. Dos produtos à venda online até o tão comentado bodysuit da Skims de Sánchez sob seu traje de voo, o branding era inevitável. (E sim, alguém foi ouvido dizendo “Eu te amo, Jeff Bezos” durante o voo.)
E então, temos Katy Perry. Uma pop star no espaço parece ser o ponto final lógico da cultura das celebridades — ao mesmo tempo épico e absurdo. Mostrar uma margarida (o nome de sua filha) para o cosmos? Bobeira. Beijar o chão dramaticamente ao retornar? Também bobeira. Mas, de alguma forma, foi cativante. Ver Orlando Bloom e a pequena Daisy esperando no pista foi simplesmente adorável.
Há algo inegavelmente emocionante em civis — pessoas como nós — se aventurando no espaço. A reflexão de Perry de que somos todos “feitos de poeira das estrelas” pode soar brega, mas ela não está errada. O espaço nos fascina porque nos lembra de nossa própria pequenez, daquele assombro infantil diante da vastidão do universo.
O turismo espacial comercial chegou, e, apesar do meu ceticismo, não consigo evitar a empolgação. É caro, arriscado e talvez até um pouco imprudente (tomara que não siga o caminho do submarino Titan). É o sonho de 2001: Uma Odisseia no Espaço colidindo com o caos potencial de um Fyre Festival em gravidade zero. Mas, não importa o quão frívolo pareça — não importa o quanto Katy Perry mergulhe no absurdo — o espaço continua inegavelmente incrível. Foguetes, vocês sempre serão famosos.
—
**Notas sobre a tradução:**
– Mantive termos como *Blue Origin* e *Skims* em inglês, pois são marcas registradas.
– Adaptei expressões como *joyride* para “passeio” e *peak human distraction* para “auge da distração humana” para manter o tom irônico do original.
– *Bodysuit* foi traduzido como “bodysuit” (comum no português brasileiro) ou “macacão” (caso prefira uma alternativa mais localizada).
– A frase *”Rockets, you’ll always be famous”* foi traduzida livremente para manter o tom de homenagem descontraída.
– O uso de *”bobeira”* e *”cativo”* busca capturar o tom leve e afetuoso do texto original.
Se precisar de ajustes para um público mais formal ou com variações de PT-PT, posso adaptar!